▪ A forte aceleração da inflação em todo o mundo é a variável que talvez melhor represente tal conjunto de desequilíbrios, choques e má condução da política econômica durante esse período.
▪ Apesar de tardio, estamos vivenciando o mais amplo aperto de política monetária deste século, com 23 bancos centrais atuando na mesma direção ao mesmo tempo.
▪ Por mais que a percepção geral seja a de que tenha havido uma alta considerável das taxas de juros em vários países até agora, o cenário inflacionário vigente mostra que a distância para o ponto final do processo ainda é grande e que a jornada vai demorar mais tempo do que poderia se prever inicialmente.
▪ O Banco Central do Brasil (BCB) foi um dos primeiros a reagir de maneira decisiva à alta da inflação que surgiu em 2021. Se as expectativas de inflação continuarem recuando ao longo dos próximos meses, algum espaço será aberto para que o Copom corte a taxa Selic em 2023.
▪ Nos EUA, nossos modelos apontam para a necessidade de uma taxa de juros ao redor de 4,5% (pelo menos). Se a trajetória apontada pelo modelo se mostrar correta, o FED poderia executar um pequeno corte (ao redor de 50 pontos base) nos juros entre o 3T23 e 4T23.
▪ Em linhas gerais, muitas variáveis econômicas ainda estão demasiadamente distantes de seu equilíbrio, fazendo com que a jornada rumo à normalização ainda seja longa, podendo se estender inclusive para além de 2023